tirando o melisma do take 6 do mark kibble (something within me)

estou chegando ao entendimento q um dos grandes problemas q tenho enfrentado na minha comunicação com o mundo evangélico é a maldita mentalidade do “pode vs não pode”.

na vdd qdo cheguei a essa conclusão ela me pareceu até óbvia demais! eu q demorei pra entender isso.

problematizei (num story, q tiraram do contexto) o uso do melisma (OBVIAMENTE O MELISMA ORIUNDO DO NEGRO SPIRITUAL) por parte de gente branca? sem sombra de dúvidas. qual foi a conclusão de uma multidão de pessoas? q eu disse q “não pode”. sendo q eu nunca disse isso. até pq eu faço. sempre fiz. e continuo fazendo. de onde, então, tiraram isso? pois é…

música é linguagem. e linguagem é cultura. eu passei milhares e dezenas de milhares de horas da minha vida não apenas ouvindo, estudando e treinando melismas, mas todo tipo de estilos de música de pessoas pretas, do jazz ao hip hop. e a busca por entender essas diversas linguagens musicais e, por consequência, essa cultura, me fez tb conviver DE PERTO com pessoas pretas há muitas décadas (desde qdo eu cheguei no brasil na década de 90, na verdade); e nessa convivência, além de OUVIR o q tinham pra dizer, vi DE PERTO a diferença de tratamento q existe nesse país entre eles e eu em todas as possíveis situações da vida. essa convivência tb me fez buscar e ler LITERATURA e PENSADORES pretos, ouvir podcasts de gente preta. ou seja: o contato com a linguagem musical de pessoas pretas, com sua cultura, sua literatura e seus pensadores pretos MUDOU minha vida e meu pensamento. e mudou pra melhor. pq mudou e AMPLIOU, APROFUNDOU.

ainda assim: de modo especial o negro spiritual e o melisma oriundo dele nasce da dor. uma dor q eu NUNCA conhecerei. e uma dor q eu jamais seria capaz de colocar em palavras. não importa qts milhares de horas eu estude, leia, conviva, etc.

só q uma coisa é eu jamais sentir (literalmente) NA PELE e no meu CORPO a dor q originou alguns dos gêneros musicais mais importantes do ocidente. outra coisa, é eu IGNORAR essa dor, VIRAR O ROSTO pra essa dor e fingir q essa dor não tem absolutamente nada a ver comigo.

é como @cesaMC diz: “racismo é um câncer estrutural • esse fato não depende da sua opinião •
ou você coopera com essa estrutura • ou você ajuda na demolição”. e MSM Q EU PROCURE AJUDAR EM SUA DEMOLIÇÃO ele ainda me beneficiará. pra vc ver!

além disso: não entendo pq tanta resistência em se declarar antirracista. todo aquele q diz ter fome e sede de justiça deveria ser antirracista. todo mundo q se diz cristão deveria ser antirracista.

o preto q não se envolve na luta antirracista (escolha dele), ainda sentirá na pele e no corpo a dor de ser preto num país racista, msm q ele negue isso; e estará mais apto do q eu pra, com propriedade e profundidade, cantar tudo o q provém do negro spiritual, do blues, do jazz, do hip hop, do samba, etc.

pra eu ou qq pessoa branca ter PROFUNDIDADE nesses gêneros musicais, faz-se necessário q PELO MENOS não ignoremos uma dor q nunca sentiremos, q não viremos o rosto pra essa dor; e q lutemos pra q essas dores e essas injustiças diminuam cada dia mais até q sejam erradicadas da face da terra.

e olha q nem estou dizendo de q maneira! isso cada um tem q descobrir pra si.

realmente, tudo q escrevi acima não cabe dentro da mentalidade do “pode vs não pode”. poucas coisas REAIS da VIDA REAL cabem, aliás. mas pra vc q ainda vive preso a essa maldita mentalidade, vou tentar ajudar vc: vc pode ser babaca, se quiser. não é contra a lei. não é crime. não é pecado. mas como paulo mesmo disse: tudo me é lícito, mas nem tudo convém. (olha só: paulo, afirmando claramente q as coisas não são tão simplistas assim como o “pode vs não pode”… bora cancelar paulo tb?)

lembrando a tds q teremos uma live/masterclass on-line gratuita no dia 08.05.2023 às 20h em q vou falar dos 3 fundamentos q aplico na minha atividade vocal desde q comecei a cantar há quase 30 anos! pra participar, se inscreva no link:

http://bit.ly/masterclass-lg7